terça-feira, 26 de setembro de 2017

Guns N’ Roses


A música sempre foi uma forma de nos fazer acessar um momento de nossas vidas. A música embala reuniões de amigos ou solidões absolutas. Depende da ocasião e do sentido de cada momento. E certamente o Guns N’ Roses embalou as vidas de muitos jovens que hoje permeiam os trinta e tantos e os quarenta e tantos mais. Embalaram com uma paixão inexplicável pelo “barulho” de um loiro cabeludo de atitude bem irada, que dançava no lugar uma melodia lotada de energia sensual ou sensorial que iria refletir na dramaticidade presente em apresentações e vídeo clipes; ao lado do enigmático e grande instrumentista Slash e toda uma banda de garotos cheios de tesão pelo Rock. Coisas de Hollywood.

Com já mais de 100 milhões de cópias de discos vendidos, este foi a meu ver um grande fenômeno que chegou de mãos dadas com a MTV americana no final da década de 80 e inicio dos anos 90. Embora tenha sido criado em Los Angeles, em 1987, Appetite for Destruction foi a primeira pancada que deu origem à impressionante popularidade dos “pegadores” do Guns N’ Roses. “Sexo, Drogas e Rock n Roll” era mesmo um título apropriado para esta grande banda de Hard Rock.

“Welcome to the Jungle” começava de forma estrondosa uma voz que rasgava fora a fora o Rock insistentemente cravado pelo Metal, ainda que em pouco tempo depois o seu desgaste levaria essa mesma região ao surgimento do Grunge. Mas um “bem-vindo à selva” daqueles jovens rapazes que adentravam o submundo do Rock. E como uma locomotiva sem freios o resto do disco trazia canções inesquecíveis como “Its so Easy”, “Nightrain” e baladas viciantes como “Paradise City” e a romântica “Sweet Child o’ Mine”.

Lies, disco seguinte lançado pela Geffen Records que tem parte do EP Live, Like a Suicide de 1986 é bem mais sujo, menor e ao mesmo tempo traz a impressionante balada de “Patience”, que virou chiclete em rádios e rodinhas de violão mas não era comercial. Definitivamente não!





Por isso, em 1991 finalmente a banda lançou um álbum “duplo” mas comercializado separadamente nominado: Use Your Illusion 1 e Use Your Illusion 2 para modificar de forma esplendorosa a proposta da banda, mas perpetuar o sucesso que injetaram o modernismo na banda. Esses dois discos foram tão possantes que, ao meu ponto de vista, foram os únicos realmente bons que a banda fez. Por isso uma paixão tão intensa durou de 1986 a 1991. Coincidência ou não muitas bandas assim tiveram seu auge com o Rock.

E nesses três primeiros discos, eu me concentro para acreditar que o Guns N’ Roses foi perfeito para a época. O Rock in Rio também foi um palco comum dos caras, e com toda certeza fará mais um primoroso fechamento do sábado no festival deste ano. Contudo, algo é notável: a decadência de Axl. Mas parece que as nuances de tudo que esse emblemático vocalista fez (entre elas a fama de sempre chegar atrasado nos seus shows), ainda assim o tornaram perene para estar ainda em atividade.




Enquanto escrevo estas palavras, a banda entra no palco do Rock in Rio 2017. A voz e os cabelos já não são mais os mesmos. Axl está decadente e dá até pena. Como pode alguém ainda conseguir estar em atividade assim? Mas existe um legado. Os melhores discos ficaram no passado, as melhores músicas durarão para sempre mas nem todas as pessoas envelhecem com o mesmo vigor! Mas estar em atividade é mesmo um milagre e temos que reconhecer. Afinal, uma juventude como a deles, é para poucos!

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